Critica – “Os Banshees de Inisherin”
Sinopse: Situado numa ilha remota na costa oeste da Irlanda, “Os Espíritos de Inisherin” acompanha os amigos de longa data Pádraic (Colin Farrell) e Colm (Brendan Gleeson) que se encontram num impasse quando Colm, inesperadamente, põe fim à amizade deles.
Um estupefato Pádraic, amparado pela sua irmã Siobhán e pelo problemático jovem ilhéu Dominic, esforça-se para recuperar o relacionamento, recusando-se a aceitar um não como resposta.
No entanto, os esforços repetidos de Pádraic apenas fortalecem a determinação de seu ex-amigo e, quando Colm entrega um ultimato desesperado, os eventos sucedem-se rapidamente com consequências inesperadas.
‘Os Banshees de Inisherin ‘ é um filme baseado na peça homônima de Brian Friel. O filme é estrelado por Colin Farrell, Brendan Gleeson e Aisling Franciosi, como um grupo de amigos próximos lutando com o fim de uma amizade. Totalmente ambientado numa ilha na costa irlandesa (em uma fotografia fabulosa), o filme não é apenas emocionante, mas também aborda o que pode acontecer quando as pessoas falham em se comunicar durante momentos emocionais.
Baseado em uma decisão racional (e um tanto cruel) de um homem de meia de meia-idade de romper uma longa amizade, e é construído a partir do relacionamento de todos os personagens que não tem mais nada a fazer a não ser se encontrarem diariamente no pub local, o que os torna espectadores e participantes involuntários do conflito .
Colin Farrell (em uma atuação impecavel) traz uma vulnerabilidade ao protagonista, ao mesmo tempo em que leva o espectador a compreender por que sua presença pode ter se tornado tão irritante para o amigo. Sem exibir qualquer ambição além de beber seus canecos diários de cerveja e retornar bêbado para casa, Pádraic se contenta em caminhar de um lado para o outro da ilha e manter conversas que servem apenas para preencher o tempo.
Já Brendan Gleeson faz Colm, que embora não queira mais ter contato com o antigo amigo, não hesita em ajudá-lo ao vê-lo ser agredido e em vários momentos demonstra lamentar o sofrimento provocado por seu afastamento. Ao mesmo tempo o expectador consegue compreender o se receio de querer deixar a sua marca no mundo, de partir partir sem deixar qualquer legado desperdiçando seus anos restantes com diálogos triviais.
Além da fotografia do filme ser incrivel, podemos observar a diferença dos personagens pelas casasa de cada um , maravilhosamente feitas pela produção do filme – enquanto a casa de Pádraic é simplesmente funcional, Colm tem varias artefatos culturais espallhados pela sua.
E ao final, vale pensar sobre a ideia incial do que é mais importante – entrar para a historia deixando algo relevante para ser visto , ouvido ou lido daqui a alguns anos ou deixar apenas as memorias afetivas em nossos filhos, netos e bisnetos para serem lembrados daqui 15 ou 20 anos depois de morrermos? Não existe uma resposta correta, evidentemente, dependendo das prioridades de cada um.