Fashion Revolution, maior movimento ativista de moda do mundo acontece em Caxias.
10 anos do desabamento do Rana Plaza: Ainda precisamos perguntar quem fez nossas roupas
Após 10 anos do desastre de Bangladesh, o Fashion Revolution, maior movimento ativista de moda do mundo, usa a data para reforçar o Manifesto pela Revolução da Moda
A Semana Fashion Revolution, campanha que acontece anualmente ao redor do mundo com o objetivo de reimaginar coletivamente um sistema de moda justo e igualitário para as pessoas e o planeta.
Durante três dias: 24, 25 e 26 de Abril de 2023, no Caxias Shopping em Duque de Caxias na Baixada Fluminense a representante local do movimento, Danielle Costa, acredita no poder de transformação positiva da moda. O evento incentiva maior transparência, sustentabilidade e ética na indústria da moda.
O tema deste ano é o Manifesto pela Revolução na Moda com 10 pontos que reforçam a visão rumo uma indústria da moda que conserve e restaure o meio ambiente, e valorize as pessoas acima do lucro.
Abril de 2023 marca o décimo ano de aniversário da tragédia do desabamento do edifício Rana Plaza em Dhaka, Bangladesh, assim como o ano em que o Fashion Revolution foi criado. Usando os 10 pontos do Manifesto pela Revolução na Moda como ponto de partida, o movimento pretende mobilizar pessoas, amplificar vozes não
ouvidas ou marginalizadas, e trabalhar em prol de soluções efetivas para a indústria da moda. Leia os dez pontos do manifesto aqui.
Na última década, o debate em torno da moda mais sustentável ganhou espaço e destaque, mas o progresso real é lento, considerando o contexto da crise climática e da crescente injustiça social. Segundo o Índice de Transparência da Moda Brasil 2022, a média de pontuação de transparência das 60 grandes marcas analisadas
foi de 17% – uma queda taxada e 1% em relação a 2021.
O documento destaca que apenas 33% das 60 marcas publicam listas de fornecedores à nível 1. Esse valor cai para 28% nas listas de instalações e processamento/beneficiamento e 8% para os fornecedores de matérias-primas.
Embora a indústria da moda tenha um grande impacto negativo, esta mesma indústria tem o potencial de ser uma força de mudança
Partindo da transparência da cadeia de fornecimento aos salários dignos, do desperdício têxtil à apropriação cultural, da liberdade de associação à biodiversidade, da luta antirracista a equidade racial e de gênero, o Fashion Revolution compartilha soluções para os problemas socioambientais relacionados à moda.
“A moda precisa estar atrelada à vida e à prosperidade. Fazer parte da construção de sociedades justas, alinhadas com a natureza, em ciclos regenerativos, onde desastres como o Rana Plaza nunca voltem a acontecer “, diz Fernanda Simon, diretora executiva do Instituto Fashion Revolution Brasil.
Foco na equidade racial e de gênero Ao revisitar o Manifesto pela Revolução da Moda, o Fashion Revolution chama a atenção para dois pontos fundamentais para ampliar o debate sobre raça e gênero na indústria da moda:
“4 – Que a moda respeite as heranças culturais, celebrando e fomentando a artesania e honrando os artesãos e artesãs. Que reconheça a criatividade como seu ativo mais forte. Que não se aproprie de nada sem permissão ou reconhecimento.”
“5 – Que a moda fortaleça a solidariedade, inclusão e democracia. Que lute contra opressões de gênero, raça e classe e contra tudo que exclui. Que reconheça a diversidade como seu sucesso.”
Decolonizar a moda é essencial para que todos pertençam, sintam-se representados e ocupem espaços com a sua ancestralidade, essência, corpos e conceitos. A existência, a identidade e até a maneira de se vestir de muitas pessoas é negada, proibida, violentada e marginalizada pela colonização do pensamento e pelo apagamento da história. ”
De maneira não democrática e segregadora, criam-se abismos quando se trata de representatividade interseccional: gênero, raça e classe, nessa grande matriz do capitalismo.”, diz Paloma Gervásio Botelho, Coordenadora de Diversidade do Instituto Fashion Revolution Brasil.
Semana Fashion Revolution Caxias de 2023
Onde: Caxias Shopping/Ateliarte
Endereço: Rodovia Whashington Luiz 2895 – Parque Duque – Duque de Caxias, RJ.
Dia: 24/04/2023 – Início às 14:00 hrs
1. Abertura do evento: Explicação sobre o movimento Fashion Revolution, sua trajetória, manifesto, o trabalho do Índice de transparência da moda. Com Danielle Costa representante local do Fashion Revolution em Duque de Caxias RJ
2. Roda de conversa com artesãs do Ateliarte, onde teremos o enfoque com o público da própria atividade. Ouvi-los, estimular a ideia de ancestralidade, representatividade e produção de conhecimento a partir de suas produções.
Link para inscrição:
Dia 25/04/23 – Início ás14h00
Palestras:
1. A invisibilidade da mulher negra na historia do moda. Com Beatrice Rossotti, pesquisadora, mestre em historio pela UNIRIO, doutoranda em história da moda pela UFF.
2. O assistente social frente ás politicas públicas para as mulheres negras: vivendo os reflexos do período escravocrata. Com Maísa Oliveira, Graduada em Serviço Social Pela UNIGRANRIO.
3. O impacto dos padrões de beleza gerados nas mulheres. Com Roberta Teodoro Oliveira Psicoterapeuta, Graduanda em psicopedagogia.
Início ás 16:00hrs – Oficina de Upcycling em jeans
• Traga o seu jeans e transforme sua peça. Com Josiane Moura C Marques, designer de moda e de superfície, Docente de ecobiju na FAETEC Quintino
Link para inscrição aqui
26/04/23 –Início ás 14h00
1 Exibição de filmes do Fashion Revolution.
2 Debate sobre os filmes com o coletivo “Minas da Baixada” que fazem parte do projeto “Costurando moda com Direito – Com Valma Christina, advogada, atriz, ativista dos direitos das mulheres, atuante no projeto Costurando Moa com Direitos, coordenadora da ONG Projeto do Bem.
3 Durante todos os dias de programação teremos:
BAZAR ESCAMBO: troca de roupas entre pessoas.
Exposição de Placas com as temáticas do Fashion Revolution
Ação: “QUEM FEZ MINHAS ROUPAS” & “EU FIZ SUAS ROUPAS” distribuição de plaquinhas do Fahion Revolution
Uma das formas de se envolver com a campanha, o movimento incentiva que os cidadãos façam perguntas nas redes sociais:
#QuemFezMinhasRoupas, pois a prioridade da campanha é que as pessoas que fazem as roupas tenham condições dignas de trabalho.
#DoQueSãoFeitasMinhasRoupas, como seria o mundo se as marcas restaurassem os sistemas, em vez de esgotá-los?
#aCorDeQuemFezMinhasRoupas, vamos exigir que as empresas tenham ações com foco na promoção de igualdade racial entre seus funcionários.
Serviço:
Semana Fashion Revolution 2023
De 22 a 29 de abril
www.fashionrevolution.org/south-america/brazil/
instagram.com/fash_rev_brasil/
Assessoria de imprensa: Julia Teodoro, equipe de comunicação comunicacaofr.julia@gmail.com