Crítica: O Urso do Pó Branco

Crítica: O Urso do Pó Branco

E se um animal selvagem usasse cocaína que caiu acidentalmente de um avião do tráfico que a transportava? Parece loucura, mas não só é a premissa de “O Urso do Pó Branco”, como, de fato, aconteceu. Na vida real, o urso simplesmente morreu.

Pôster oficial.

No longa, Elizabeth Banks brinca com o que poderia acontecer se o efeito fosse outro num filme tão louco quanto a história que o inspira.

  A história do filme tem o urso como centro, mas usa o tráfico da cocaína, que caiu do avião junto com um traficante que morreu num acidente bizarro e sumiu no meio de uma floresta do Tennessee, como uma forma de desenvolver outras histórias. Daveed(O’Shea Jackson Jr.) e Eddie(Alden Ehrenreich) trabalham para Syd(Ray Liotta) no tráfico e ficam encarregados de procurar a droga perdida que geraria uma grande dívida ao mesmo tempo em que Bob(Isiah Whitlock Jr.) e Reba(Ayoola Smart) são os policiais que trabalham no caso. 

  Até aí, parece interessante por poder desenvolver uma perseguição interessante com corrupção policial, questões familiares envolvidas e o carisma dos atores em si que geram cenas engraçadas, mas isso aparece pouco e dá espaço à mais cenas de pura carnificina do urso doidão e para tramas de outras pessoas que me incomodam com um excesso de personagens que estão ali para um único fim que é ser vítima do urso, e acho que o filme perde tanto seu potencial no humor quanto no suspense/terror – que é realmente promissor com um urso viciado em cocaína e em matar – quando tenta misturar os dois com vários personagens que me passam a sensação de serem descartáveis até mesmo para os fins cômicos do filme, mesmo aqueles mais simpáticos como as crianças Dee Dee(Brooklyn Price) e Henry(Christian Convery), que matam aula para passear na floresta e, com toda a inocência do mundo, se metem nesse caos de 4 patas que também acaba envolvendo a mãe da menina, Sari(Keri Russell), com Peter(Jesse Tyler Ferguson) e Ranger Liz(Margo Martindale), dois guardas florestais. 

  Todos esses personagens acabam se encontrando de maneira bem conveniente durante o longa e eu ainda nem citei os três adolescentes que também se envolvem e alimentam essa loucura que é O Urso do Pó Branco, que não passa muito de um filme para dar uma risada ou outra e sentir medo de um urso drogado, mas não desenvolve nenhuma de suas diversas tramas que poderiam ser interessantes, como toda a questão do tráfico e da polícia, a relação Eddie com seu filho, a amizade dos adolescentes ou das crianças e tudo mais para introduzir novas tramas que não terão nenhuma atenção dali para frente.

De qualquer maneira, nada disso impede o filme de ser um filme que diverte com suas piadas e com cenas nojentas e meio sem sentido que acabam gerando um monte de sentimentos e engajam o público, especialmente numa sala de cinema.

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Caio Azevedo

19 anos, estudante de Jornalismo pela UFRRJ.

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