Crítica: Shazam! A fúria dos Deuses
O carisma de Billy Batson e sua família diverte, mas não salva “Shazam! A fúria dos Deuses”. A sequência do primeiro Shazam!, também dirigido por David F. Sandberg, não foge muito do que foi o primeiro, mantendo acertos e erros.
A trama do segundo filme da franquia, inserida no universo da DC, se desenvolve literalmente a partir da fúria dos Deuses(ou das Deusas) com o que dizem ser um roubo de seus poderes pelo Mago Shazam, que os concedeu à Billy Batson. Com poderes incríveis e, diga-se de passagem, figurinos muito bem feitos, as irmãs Kalypso (Lucy Liu), Hespera (Helen Mirren) e Anthea (Rachel Zegler) vêm ao mundo para pegar o que é seu e, consequentemente, entram em conflito com Shazam e sua família de heróis pelos poderes que a pertenciam e muito mais.
Apesar do baita confronto que surge a partir de toda essa situação, Shazam é muito mais eletrizante quando tenta fazer rir. Quando se reconhece como uma “bobeirada”, o longa consegue ser realmente interessante, explorando as controvérsias numa vida dupla vivida pelo herói que tem físico adulto, mas segue sendo um adolescente comum e deslocado do resto. Inclusive, a experiência de assistir ao filme foi mais legal a partir do momento que eu entendi ele como algo mais infantil na sua forma de se comunicar, deixando tudo bem explícito como quem explica algo para uma criança, e isso realmente não é um problema. Como disse, gostei mais do filme quando entendi isso e nos momentos que a própria obra se entende assim. Especialmente Zachary Levi e Asher Angel, que vivem Billy Batson nas suas duas facetas, além de Jack Dylan Grazer, que interpreta Freddy na sua versão jovem, são atores que conseguem botar bem na tela o carisma de seus personagens e tiraram boas risadas durante o longa.
O problema do filme é que, quando foge desse lado mais humorístico e tenta assumir uma perspectiva de deixar uma mensagem que explora principalmente relações familiares e complexidades da juventude – especialmente quando jogam para Mary, interpretada por Grace Fulton, falas extremamente bregas e constrangedoras sobre o que eles tentam passar sobre essa fase – , fica algo ainda mais bobo do que quando tenta ser bobo e perde muito da força para mim por se confundir muito dentro dessas temáticas, que contam com várias incoerências no roteiro e até na interpretação dos atores que deixam essa tentativa do longa de ser algo mais “cabeça” realmente muito chata e me fizeram perder o envolvimento com Shazam! 2, que só realmente encanta quando o filme acaba. Falo isso por causa dos pós-créditos, mas pode interpretar como quiser.