Crítica: Super Mario Bros – O Filme
O novo Super Mario Bros. – O Filme não é, pra mim, necessariamente voltado ao público infantil, mas sim uma obra introdutória à história de Mario e Luigi, servindo também muita nostalgia para quem já gostava do universo.
Joguei poucas vezes os jogos da franquia e nessas poucas vezes que joguei era bem mais novo, então não tenho uma relação afetiva forte com a saga e tampouco sabia de onde haviam surgido os personagens e como haviam se conhecido. O filme, que realmente tem um tom infantil em vários momentos, serviu para explicar para um leigo como eu quem são os irmãos Mario e Luigi, a princesa Peach, Donkey Kong, Bowser, Reino dos Cogumelos e muito mais.
Além do lado infantil, o filme também se preocupa bastante em realizar o que parece ser uma obrigação de franquias tão famosas no cinema e na indústria do entretenimento em geral, que são os tais “easter eggs”, que não mudam o filme em muita coisa, mas servem para aquecer o coração dos fãs mais antigos, o que naturalmente ajuda o filme a expandir o público – inclusive para pais e filhos, por exemplo – e ser um sucesso tão grande de bilheteria como vem sendo.
Apesar de fazer esse papel de apresentar a história, o filme também muda alguns papéis, sobretudo no que diz respeito à Princesa Peach. Nos jogos, era a pessoa que deveria ser resgatada por Mario. No filme, ela lidera e ensina a Mario, com ajuda de Donkey Kong e o reino dos Kongs, os truques para salvar Luigi, que dessa vez é quem se perdeu e caiu nas terras comandadas por Bowser, que planeja dominar também o Reino dos Cogumelos da Princesa Peach, onde Mario acabou se perdendo. É daí que o filme se desenrola depois de apresentar Mario e Luigi como encanadores frustrados com o trabalho que tentam se destacar de alguma maneira e virarem heróis para o Brooklyn.
O filme se limita um pouco ao escolher somente fazer essa introdução e abandonar coisas que fariam ser mais interessante, como os duelos, os ambientes e o Luigi, por exemplo, mas cumpre bem a proposta de apresentar um mundo tão famoso às novas gerações que estão indo ao cinema e conhecendo a saga e tendo uma primeira impressão divertida do que estão vendo ao assistir uma dupla de irmãos que seguem o clichê do “fracassado” que acaba saindo vencedor, feliz e realizado de uma maneira mágica e tudo mais.
É bem clichê mesmo, mas bem engraçado em vários momentos e consegue não ser arrastado principalmente por esse bom humor, especialmente quando brinca com o amor não correspondido do vilão Bowser pela Princesa Peach. Aliás, arrastado é algo que o filme não é, mesmo que seja clichê. Sempre tem algo acontecendo que atrai quem assiste, sempre de maneira leve e divertida, seja isso um problema ou não, considerando a tese de que filmes assim “aceleram” a mente de quem assiste. Com o suposto público infantil, essa discussão se torna ainda mais delicada. Sendo ou não problemático, o filme é realmente acelerado e segue, sim, um padrão entre as produções da Illumination, produtora do filme, ao ter esse ritmo com animações muito bem feitas, uma narrativa um pouco “esvaziada” e uma explosão de coisas acontecendo.